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sábado, 7 de setembro de 2013

O Ataque

Mesmo que não tente ser, o filme é um dos melhores filmes de ação do ano.

O cinema catástrofe de Roland Emmerich dá licença à um tipo de ação mais realística, que alguns têm comparado com "Duro de Matar" e seu John McLane, mas muito pouco tem disso. Novo, visualmente bonito, com uma trama ao mesmo tempo inteligente e clichê, "O Ataque" parece ter saído dos anos 90, mas com uma direção primorosa que leva os novos tempos à tela, mostrando que para se fazer um bom filme, nem sempre tem que se preocupar demais. "Deixe que as coisas rolem". Rolaram, se choraram e explodiram. Aliás, tem um pouco de catástrofe nessa história, sim, senhor.

John Cale e sua filha Emily vão à Casa Branca. A jovem acompanha o pai num mini tour pela residência do Presidente quando, de repente, o 'Palácio Presidencial' é invadido e aos poucos vai sendo explodido (de dentro para fora). A parte mais interessante de tudo, e a coisa de que mais gostei no enredo, foi que não são ameaças terroristas de outros países (como a muito usada recentemente Coreia do Norte). São americanos se rebelando contra seu país. O quê é ótimo, em questões de roteiro. É novo. Difícil demais de se ver e o quê ajuda a tirar parte do preconceito existente com tais comunidades hoje em dia. De dentro para fora. Sendo assim, uma trama que parece simples e clichê - só esse ano, é o segundo longa-metragem com uma invasão ao mesmo local, com um herói salvando o Presidente -, no fim, é bem melhor e maior do que imaginamos.
Entre a tarefa de salvar o líder do mundo livre e procurar sua filha, Cale - muito bem vivido por Channing Tatum -, enfrenta algumas coisas que, sinceramente, nem me lembro de ter visto num ataque à Casa Branca. Uma delas, talvez a que mais se destoa do resto, é uma perseguição de carros. Num jardim apenas. Não é algo que se vê todo dia. É a prova de que a ação é muitíssimo bem colocada, e que não está lá apenas para aparecer. Tudo faz sentido, tudo tem um porquê. Ninguém atira sem um alvo, digamos assim. Talvez a única coisa que se prove ruim no filme, seja a falta de realidade de alguns efeitos visuais computadorizados. Às vezes, o diretor parece fugir do visual o mais real possível que sempre procurou e partir para o lado "vejam, crianças, isso É um efeito visual". Chega um momento em que você pensa que o orçamento deveria estar muito baixo. Mas não. E quando o real precisa aparecer, ele está lá (há uma certa cena computadorizada, em que fica mesmo difícil de acreditar que não aconteceu de tão perfeito).
No fim, a interação entre Barack---, digo, James Sawyer (Jamie Foxx, arrasando como sempre) e Cale é ótima e dá até vontade de ver uma continuação, mesmo que impossível. Pena que Emmerich não é de parcerias à lá Tim e Johnny, pois seria ótimo ver Tatum e Foxx juntos de novo em um filme dele. E todos os coadjuvantes estão bons em seus papéis, dando um quê de realidade, mostrando que trabalhar para o país não exclui vida pessoal.
Ação boa, atuações boas, interações boas e direção primorosa e despreocupada fazem de "O Ataque" um dos melhores filmes de ação em muito tempo sem ter que apelar para mutantes, super-heróis e catástrofes. E por falar em catástrofe, Emmerich poderia dar mais um tempo nisso (depois do péssimo "2012", não sei nem se conseguiria esperar algo bom do gênero vindo dele) e continuar no estilo de agora. Senhor Emmerich, não queremos e nem precisamos de um novo Independence Day.

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