Surpreendentemente... bom!
"Wolverine - Imortal" (The Wolverine, 2013) nos apresenta não só um filme de ação, mas sim o filme que muitos têm esperado há muitos anos: um filme digno de respeito aos fãs do mutante. Não tenha medo, caros amigos, porquê ele é muito, mas muito bom. Tem erros? Claro, como todo filme, mas as qualidades são maiores.
O filme é baseado na saga dos quadrinhos "Eu, Wolverine", em que este parte ao Japão à procura de controle. Controlar a fera que há dentro dele leva à um confronto psicológico, mostrando-nos uma grande mudança na vida de Logan. O longa-metragem também o leva ao Japão, mas não em busca de amansar a fera, e sim, em busca de ter um ideal. Deixar de ser um homem sem objetivo é o que o leva à Tóquio, e o que move essa história é a imortalidade do Wolverine. Ou a falta dela. Quando Yashida oferece ao nosso protagonista a chance de morrer, começa uma saga interna na vida do herói, de dor física e também emocional. O filme acerta nesse ponto. A emoção faz parte da ação. E a ação, que não chega a impressionar, mas agrada e muito, leva à emoção. Não quero dizer que você vai ver um filme choroso, pelo o contrário, e sim, quero dizer que a mudança na vida do Wolverine é o ponto essencial que leva à tudo. E nisso, James Mangold, o diretor, acerta lindamente, nos mostrando como é para o Logan sentir dor - mas sem exagerar em cenas desnecessárias.
Todas as cenas estão lá por um motivo, mesmo que esse motivo não seja mostrado até o fim.
O longa se torna bom também pela parte técnica. Desde a fotografia, até a trilha sonora, parece que tudo foi bem planejado para nos entregar algo que realmente nos empolgue. O 3D cria uma boa imersão nas cenas de ação, mas não é o melhor de todos (aliás, nenhum dos blockbusters esse ano nos trouxeram um bom 3D de verdade). O elenco foi muitíssimo bem escolhido, visto que 90% dele é oriental. Em boa parte do filme e até em cenas importantes, a língua utilizada é o japonês.
Resumindo, Imortal apaga de uma vez por todas o fracasso que foi "X-Men Origens : Wolverine" e nos relembra o ano de 2000, quando o "X-Men" foi lançado. Imortal é, ao mesmo tempo, um recomeço e uma continuação. É uma sequência clara de "O Confronto Final" - bem melhor que este na verdade - mas é um filme pessoal, sem vilões que querem destruir o mundo. Deixemos isso para 2015. E por falar nisso, se você espera ansiosamente por Dias de Um Futuro Esquecido, fique até o fim dos créditos finais. Tem uma surpresa para você.