Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais. Não, pera...
Quando "Guardiões da Galáxia" foi anunciado, a única coisa que me vinha pela cabeça era... Quem?! O grupo, nada conhecido do público, foi o passo mais arriscado a ser tomado pela Marvel Studios desde o primeiro Homem-de-Ferro. Mas se existe uma coisa que o estúdio sabe fazer é surpreender, pro lado bom e pro lado ruim. E dessa vez, definitivamente, não foi pro lado ruim. A prova definitiva de que os caras não tem medo. Caros colegas, o filme é muito, mas muito bom mesmo. Pro desespero das inimigas.
Peter Quill (Chris Pratt) foi tirado da Terra ainda quando era criança e levado para uma galáxia distante. Tendo crescido entre foras-da-lei, acabou por se tornar um : o lendário Senhor das Estrelas. Não que alguém se lembre disso ou saiba quem ele é. O importante é que essa vida de crime irá o botar no caminho de mais criminosos : um brutamontes que leva tudo à sério (Drax, Dave Bautista); uma mulher criada para ser uma máquina de matar (Gamora, Zoë Saldaña); uma árvore gigante (Groot, Vin Diesel); e um guaxinim tagarela (Rocket, Bradley Cooper) . O quê ninguém imaginava era que o destino de bilhões de pessoas estaria nas mãos "desse bando de perdedores", pois Ronan, O Acusador (Lee Pace) está prestes a destruir tudo.
E ninguém pensaria que uma junção de alienígenas coloridos, muita computação gráfica e músicas dos anos 80 funcionaria tanto assim quando juntas. O filme poderia ser descrito como um punhado de raças e cores lutando ao som de Blue Swede e The Runnaways. Por falar em músicas, você vai querer sair do cinema com as músicas do walkman de Peter, porquê são excelentes, complementando à belíssima trilha sonora composta. Cuidado para não se pegar dançando e cantando durante à exibição nos cinemas.
Não é preciso dizer que a computação gráfica é excelente, não é? Não se cometeria o erro de se descuidar numa produção complicada dessas. Groot e Rocket estão incríveis, assim como outros personagens criados por computador. Porém,o quê torna o filme lindo de se ver é a maquiagem. Arrisco dizer que, se "Vovô Sem Vergonha" conseguiu concorrer a um Oscar, "Guardiões da Galáxia" é obrigatório na lista.
As atuações estão dentro do esperado, dando espaço para Cooper brilhar com seu guaxinim, uma metralhadora de tiradas. Seu parceiro de cena, Diesel, tem ainda mais carisma, mesmo tendo apenas uma fala : "I am Groot". Cada cena com os dois é certeza de risada. O único erro é desperdiçar ótimos momentos acelerando a narrativa. Logo que se sai de uma cena importante, somos 'abduzidos' para outra, sem tempo para a digestão dela.
O quê mais surpreende é a falta de medo por parte da Marvel. Um grupo desconhecido numa era de reboots, remakes e sequências, com referências à coisas da época em que metade do público não havia nascido. E com uma árvore e um guaxinim. Sem explicação. Parece até uma dica para a rival. E tomara que ela a veja.