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segunda-feira, 10 de março de 2014

Filmes que não fizeram muito sucesso, mas você deveria assistir #8

Amostras Grátis

Pela pouquíssima divulgação do filme aqui no Brasil (em grande parte pela HBO), tudo leva a crer que o filme é uma versão um pouco diferente de "O Lado Bom da Vida" e que é protagonizado pelo Jesse "Luthor Zuckerberg" Eisenberg. E graças a Deus, não é nada disso. É bem mais fofinho.
O filme conta a história de Jillian. Uma garota meio bêbada que, para prestar um favor a melhor amiga, tem que passar o dia presa num trailer de sorvetes dando amostras grátis à quem passa pela rua. Assim, ela vai conhecendo cada tipo estranho de gente que se possa imaginar : mendigos, nerds esquisitos, garotos mal-educados e por aí vai. E a única coisa que realmente sabemos sobre nossa protagonista é que ela não gosta de nada disso. De ressaca e cheia de problemas com família e com um tal de Danny, quem gostaria de estar às 10 da manhã e sem café atendendo pessoas que não querem sorvete, e sim, selos?
A melhor coisa nisso tudo é o humor despreocupado. Ele aparece, vai embora, e em nenhum momento é forçado ou faz falta. Não é calculado, mas mesmo assim é muito bem encaixado. Isso, graças à Jess Weixler, a atriz protagonista. De longe, uma das mulheres mais carismáticas que já vi atuando. Dá vontade de ouvir a voz dela o dia todo (por favor, não assista dublado) tagarelando sobre sua passagem por Standford, mesmo não querendo fazer isso, e sendo sincera com todo mundo. ( "Sabe que não gosto da sua banda, Wally. Vocês são ruins."). As outras atuações não deixam a desejar. Ver Eisenberg nesse filme até dá uma esperança para seu futuro grande projeto.
Uma coisa interessante é que, mesmo com um baixíssimo orçamento, 5 locações e apenas 1 ator conhecido, "Amostras Grátis" envolve demais. Nem dá pra reparar no fato de ser um filme pequeno, porquê os personagens são tão reais (mas ao mesmo tempo fantasiosos) que até mesmo um crítico consegue esquecer que é apenas um longa-metragem e se entregar.
Engraçado? Até que bastante. Dramático? Sim. Mas, no fim, é tudo só bem fofinho mesmo.

(PS: vou avisando que qualquer pesquisa na Internet sobre o filme é um saco, porquê, pelo título, só aparecem mesmo 'amostras grátis' de produtos por aí).

domingo, 9 de março de 2014

Sem Escalas

Liam Neeson e mais um de seus filmes surpreendentes.

Desde 2008, falar em Liam Neeson é falar em filme de ação - e dos bons. "Busca Implacável", um filme que ninguém esperava ou estava ansioso, acabou ganhando até uma sequência, de tanto sucesso que fez pelo mundo. E então, o ator sessentão ganhou espaço como o "mais novo" badass de Hollywood. Em 2014, ele chega aos cinemas com "Sem Escalas" (Non-Stop), um filme em que ninguém botava fé, e que acabou sendo ótimo.
Bill Marks (Neeson), um homem com problemas com bebida, embarca num avião, este que acaba por ser sequestrado e vira um lugar perigoso de se estar. Cada passageiro pode ser o vilão, até mesmo nosso protagonista. Cabe à nós, simples espectadores, a acompanhar uma investigação cheia de reviravoltas, até que o culpado seja descoberto. Clichê? Óbvio que sim. O quê não é óbvio é a forma como tudo é conduzido, prendendo o público de qualquer maneira, seja com o roteiro e a ação, à até a fotografia e trilha sonora. "Sem Escalas" surpreende justamente por conseguir a atenção mesmo sendo clichê. Não é dos filmes de sequestro de avião que se tem costume de ver.
Uma das melhores coisas do longa - e, pelo que sei, só no Brasil - é a tradução das mensagens de texto que Bill e o tal vilão trocam durante o filme. No começo, não sabendo disso, me assustei e achei muito estranho. Mas, passado algum tempo, achei essencial para a criação do clima de suspense (em alguns momentos, as mensagens 'saem' da tela do celular, circulando pela telona do cinema).
As atuações são simples e precisas. Em nenhum momento é pedido um esforço dos atores que eles não possam mostrar. Bom... Lupita Nyong', a recente ganhadora do Oscar, é a que mais deixa a desejar e que tem o pior personagem. Coisas da vida.
O único problema é que mesmo sendo diferente, os clichês sobrecarregam a trama de momentos "já vi isso antes". É, sim, a prova de que se dá para fazer algo que fuja da zona habitual de um gênero, mas também é a prova de que não importa o quanto você se esforce, eu já vi isso antes.

sexta-feira, 7 de março de 2014

300 - A Ascensão do Império

Um super trailer estendido, de 2 horas de duração.

Todas as prévias de "300 - A Ascensão do Império" (300 - Rise of an Empire) nos banhavam com frases de efeito e câmera lenta aos montes. E é assim que todo o longa-metragem se constrói : um amontoado de discursos encorajadores e cenas de ação filmadas à milhares de quadros por segundo. Todos pontos negativos, e também todos os pontos positivos, estão nesse aspecto; porquê é ele que conduz nosso entretenimento. É tudo o quê a sequência de "300" é. Entretenimento.
Xerxes, interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro, viu seu pai morrer pelas mãos do ateniense Temístocles (Sullivan Stapleton). Encorajado pela bela e mortal Artemísia (a impressionante Eva Green), o rapaz se vê envolto de tanta ira, que se faz um deus-rei e continua a guerra de seu pai - dessa vez usando de seu misticismo e suas criaturas fantasiosas e aterrorizantes.
Já nos deparamos com ele em 2007, sob o comando de Zack Snyder. O primeiro filme - do quê agora parece de uma trilogia - fez um estrondoso sucesso, principalmente pelo seu visual inovador. Agora, com a tecnologia que já avançou, seria ultra-impactante ver as mesmas feras em iMAX nesta segunda aventura. Mas o quê acontece é que apenas os comandantes persas ganham destaque, e não seu exército. Obviamente, como as batalhas são navais, elefantes gigantes não seriam muito bem-vindos. Mas nada impede que outras criaturas sejam criadas e mostradas. Esse é um dos pontos negativos : as batalhas são em sua totalidade entre humanos. Mas há um ponto positivo nisso.
Quando digo que os comandantes persas ganham destaque, na verdade quero apenas dizer de uma comandante. Eva Green está impecável em sua atuação de mulher sexy e ao mesmo tempo mais macho que todos os atenienses. Muito mais passível de torcida que Stapleton e muito mais importante na trama que Santoro. O único problema são os diálogos. Há poucos momentos de "uffa, eles não estão planejando nada e nem tentando ser f*das e épicos". Tudo gira em torno de "amanhã os mataremos". E do lado grego, tudo gira em torno da união da Grécia e dos 300 espartanos - a batalha de Leônidas acontece ao mesmo tempo que a batalha de Temístocles.
No fim, o entretenimento é o que molda o filme. O visual é impecável, a trilha sonora perfeita,  as câmeras lentas são belíssimas e a fotografia é de literalmente dar brilho nos olhos. Honra sim o filme de Snyder (mesmo ignorando seu final) e termina com o mesmo sentimento de quero mais. Só que nesse caso, esse sentimento também significa que faltou alguma coisa.

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