Este texto possui spoilers.
A primeira cena que assisti de "Game of Thrones" foi o Casamento Vermelho. Foi o Alexandre - outro editor do blog -, que me convenceu. Achei interessante e, principalmente, com um visual bacana. Mas o fato de simplesmente massacrarem metade do elenco foi o quê mais me chamou a atenção. Que diacho de série do nada faz uma coisa dessas?! Em menos de 2 meses, eu - o cara que não consegue acompanhar nenhuma série - tinha terminado todos os episódios, da primeira à terceira temporada. E o quê isso tem a ver com este texto? Nada. Eu só queria dar uma introdução sobre como eu aprendi quão importante foi aquele nono episódio da terceira temporada de GoT.
Ah... os nonos episódios. Todo fã sabe o quê isso significa. Morte. Reviravoltas. Morte. Momentos marcantes. Mortes. E matança também. Quando esta quarta temporada estava pra sair, Alan Taylor havia prometido que cada episódio seria como um desses nonos. Surpreendentes (e com mortes). E a promessa foi cumprida! Joffrey sendo morto, Lady Arryn sendo morta, Oberyn sendo esmagado (f*da), Arya matando... Reviravoltas, discursos, amadurecimento de personagens (Sansa, por exemplo, ficando cada vez menos sonsa) e etc. É a melhor temporada até agora e os números provam isso. "Game of Thrones" tem uma média de 18 milhões de espectadores por episódio.
Mas a pergunta que fica é a seguinte : matar todo mundo ainda é uma boa jogada? A minha resposta é : sim, mas só por enquanto.
Obviamente que, sendo baseado nos livros de George R. R. Martin, morreu lá, morreu aqui. Porém, fazer cada morte um grande acontecimento a cada episódio uma hora vai acabar com a surpresa. E é por isso que a busca por novos meios de se surpreender o público é importante. E é por isso que eu digo que...
..."The Watchers On The Wall" é o melhor nono episódio de todos. E tenho dito.
Nele, acompanhamos a esperada batalha na Muralha, onde a Patrulha da Noite deve se proteger da invasão dos selvagens liderados por Mance - o Rei-Pra-Lá-Da-Muralha, que não aparece. A premissa já é ótima mas a execução é o quê há de melhor. Assim que tudo terminou, pensei comigo mesmo : "Cara, mas isso é cinema e não TV!". As diferenças entre as mídias são óbvias até para o mais leigo. Só que dessa vez, as mídias, de certa forma, se unem. Até a trilha sonora, mesmo que fraca, tem um pouquinho do estilo Hans Zimmer de fazer música. A fotografia tem um poucão dos embates de "Senhor dos Anéis" e o CGI, já usado aos montes, invade a tela - em alguns momentos até demais.
O clímax de todas as temporadas de "Guerra dos Tronos" é o penúltimo episódio. Torná-lo um terceiro ato de um filme hollywoodiano foi um golpe certeiro. Um só lugar, um só núcleo, e uma motherf*cking batalha já seriam suficientes para marcar este episódio como um dos melhores. Mas algo foi ainda melhor. Os personagens foram muito, mas muito bem mostrados. Jon Snow evolui (Kit Harrington em atuação, principalmente), Sam se prova de uma vez por todas como o gordo que NÃO É inútil e nem chato e os coadjuvantes da Muralha, como Pyp e aqueles comandantes chatos, tem, cada um deles, seu próprio momento. Sabe o quê isso me lembra? O último filme de Harry Potter. Sabe o quê isso significa? Nada, além de quê isso é muito bom.
A surpresa aqui é de não ser surpreendente ao extremo, de não matar para criar o clímax. "Game of Thrones" não tem que ter isso a todo instante. O lance é só fazer direito. A morte de Ygritte, apesar de inesperada, não foi tão marcante quanto a de Grenn.
As pessoas vão continuar morrendo e isso é uma certeza. Mas esse nono episódio me dá a esperança de que a série vai tomar um rumo um pouco diferente, onde morrer não é o maior negócio.
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