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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Django Livre

D-J-A-N-G-O , o D é mudo
Django Livre ,o novo filme de Quentin Tarantino, sem duvida mereceu todas as indicações que teve para o Oscar. Ele com certeza foi o filme com o melhor roteiro do ano e tem perfeição em cada ponto.
 O filme traz um elenco excelente, e mostra o lado profissional "normal" de Tarantino, conhecido por seu trabalho estranho. Poderia se dizer que o filme ficou longo, mas graças a isso o roteiro foi bem aplicado, o filme explica perfeitamente o trajetória de cada personagem e gera profundidade.
 Jamie Foxx como protagonista mostrou novamente sua versatilidade em papeis difíceis e inesperados, ele apesar de não ser reconhecido ainda com um grande ator fez grandes filmes como Ray e Código de Conduta. Seu personagem profundo de um escravo a procura de sua esposa e consequentemente vingativo gera tensão ao filme. Leonardo Di Caprio surpreendeu , seu personagem veio mais presente e forte nesse filme, fora do trabalho habitual, e devo dizer que ele fez muito bem tendo como esse um de seus melhores papeis, representou muito bem a parte cruel por trás da historia americana. Tarantino desenvolveu um roteiro que mostra o lado que o ator tem de psicótico e neurótico. Cristoph Waltz fez um ótimo trabalho ,mostrando a que veio e não se esperava menos do bom trabalho que faz ao lado do diretor. Não diria que Samuel L. Jackson atuando foi de destaque no filme, mas seu personagem foi essencial para o enredo e realmente talvez ele fosse o melhor ator para o papel. Ao interpretar Stephen, um negro que se acha superior ao outros ele traz tensão e se torna um vilão no ponto de vista de Django.
Uma das características que mais se destaca no filme é sem duvida a trilha sonora, uma homenagem aos clássicos de faroeste e muito bem aplicada, alternando entre musicas do faroeste antigo e musicas modernas como Hip-Hop. O inicio claramente chama a atenção quanto a referencia que faz aos faroestes dos anos 60 e ao filme Django de 1966, que inspirou o nome. E durante todas as cenas, a trilha enfatiza e fortalece a atuação de cada personagem, dando ainda mais emoção a jornada de Django e Schultz. O filme ainda conta com composições originais.


Quentin Tarantino fez um excelente trabalho em seu faroeste. Fez citações clássicas, usando paisagens e cenários perfeitos retratando o oeste antigo desde construções aos desertos. Aplicou pouco do seu humor ao filme no todo, mas um ápice se encontra quando ele retrata uma especie de inicio amador da Ku Klux Khan e seus membros inexperientes. Mesmo que ele tenha mantido os padrões de cinema antigo, Tarantino não seria Tarantino se não desse toque pessoal e característico como qualquer diretor, portanto o filme tem certo exagero quanto aos tiros, ao sangue e aos personagens. As cenas de ação são fortes e nítidas, algumas mortes são fisicamente impossíveis  mas todo o exagero deu personalidade e originalidade ao filme, que conta com personagens caricatos de tanto exagero nas expressões.
 Um outro destaque quase não notado foi o figurino e cenário fechado, com itens históricos que provavelmente apenas eu percebi porque assisto a muitos documentários de historia. O que mais me chamou a atenção foi a chopeira que o Dr. Schultz usa para encher seu copo e o de Django, perfeitamente adequado ao tempo histórico. Agora o mais impressionante mesmo foi a carteira do Dr. Schultz ,um filete de couro longo que basicamente abre e tem o tamanho das notas, porem ela é do exato modelo que vinha com o revolver da Colt, o que Dr. Schultz usa. Detalhe quase imperceptível mais essencial para o filme, parabéns a figurinista Sharen Davis(tive de assistir os créditos novamente para descobrir!).
 Django Livre veio para mostrar o talento que Tarantino tem para fazer filmes de faroeste, com sua homenagem ao "Western Spaghetti". Excelente em cada detalhe e mostrando o melhor de seu elenco.

 Jamie Foxx (fez Django em 2012) respondendo a Franco Nero (fez Django em 1966) como se soletra D-J-A-N-G-O. Simplesmente épico!

1 comentários:

  1. Assino embaixo a excelente crítica. Django é um corte epistemológico na cinematografia.

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