Pior ou melhor que o primeiro? Isso depende de quantos anos você tem.
Se "O Ladrão de Raios" se propôs a ser um filme adolescente baseado em distorções da mitologia grega, "Percy Jackson e o Mar de Monstros" se baseia nas mesmas distorções propostas por Rick Riordian em sua saga literária, mas tentando ser mais teen do quê antes, acaba se tornando um filme infantil. Nunca achei que a incrível mitologia grega pudesse ser tão infantilizada assim. Nem os atores conseguem salvar a sequência.
Percy (Logan Lerman) e seus amigos semi-deuses se achavam seguros de tudo e de todos no Acampamento Meio-Sangue. Mas não estão. Algo conseguiu penetrar a, até então, barreira impenetrável que os permeava lá dentro. E então, mais que obviamente, lá vão Jackson e seu grupo de amigos - que agrega novidades ao elenco -, impedir o iminente fim de todo o quê eles prezam. Premissa não mais que previsível e em certo ponto muito forçada. Um agravante disso é a montagem aceleradíssima que não dá espaço para respirar: onde está a emoção que deveria haver entre os personagens? Parece tudo artificial. Parece não, é. Nem Lerman, um dos melhores atores da atualidade, se não o melhor, consegue salvar o filme. Na verdade, é a pior atuação da vida do jovem ator. Existem momentos que vão ser lembrados como "vergonhosos" em sua carreira. Brandon T. Jackson, mais uma vez, acaba de vez com qualquer resquício de esperança com seu Grover, que nem consegue ser engraçado, o quê é o seu papel basicamente.
Uma outra coisa, a prova total da infantilidade do filme, é a ação. Thor Freudenthal faz sequências de ação para crianças. Mesmo. A primeira delas, com um touro metálico, é uma das piores do ano, com um final digno de tremedeiras e chiliques do animal. A trilha sonora, que nada acrescenta de novo e em um certo momento me lembrou uma cópia mal feita do main theme de "X-Men", acerta em mostrar o quê a ação se propõe a nos dar: nada.
Bom, até agora, não disse nada de bom, não é? Pois é. Não vi muitas coisas boas. A sessão em que fui estava repleta de fãs da saga. E mesmo assim, nenhuma das garotas esboçaram reações de alegria, ou até mesmo gritinhos de emoção - mesmo quando cenas importantes do livro apareciam. Se gostaram ou não, aí já é outra história.
No final, filme tenta melhorar a bomba que o primeiro foi, mas ao mesmo tempo que consegue, passa longe. Como disse no subtítulo da crítica, sua idade é que faz o filme. Uma pessoa um pouco mais velha, vai ter uma bagagem cinematográfica/literária maior do que pré-adolescentes. Não estou sendo, digamos assim, "preconceituoso". Sei que muitas crianças mesmo sabem tanto de cinema quanto eu. Mas a maioria não. Mas um dia vão saber, e quando souberem, Percy Jackson e o Mar de Monstros vai parecer apenas um amontoado de referências à mitologia greco-romana, porém apenas nos distantes Estados Unidos da América. Bom, pelo menos, serve para fugir de "Os Smurfs 2" e levar seus filhos para verem algo um pouquinho melhor.
Pra mim, a melhor coisa do filme é a breve aparição de "Richard Castle" em meados da trama. 5 minutos que fazem a diferença.
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