Labels

Translate

sábado, 3 de agosto de 2013

RED 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos

Sequência mal orquestrada acaba com o que o primeiro conseguiu construir

Nos primeiros minutos, o longa é muito bom. Mas a qualidade declina ao ponto que história vai sendo mais apresentada e outros personagens vão lotando a tela. Muitos deles mal aproveitados, outros mal conduzidos, em momentos de pura descaracterização tanto da HQ em que é baseado quanto do primeiro filme - apesar de, em vários momentos, o diretor tentar emular a forma de filmar a ação de seu antecessor. Filme diverte, pouco aliás, e pára por aí.
Frank Moses (Bruce Willis) está vivendo tranquilamente com Sarah (Mary-Louise Parker), sem matar ninguém, ou participar de missões secretas. Ou seja, realmente aposentado. Porém, quando Marvin (John Malkovich) reaparece visivelmente preocupado com sua segurança, as coisas mudam e a trupe tem que voltar a ativa. A premissa do filme parece ser novamente "capturem Frank porquê ele é um aposentado perigoso", mas é bem mais que isso. Algo perigoso vem aí, e toda ajuda é necessária. É aí que entram os novos coadjuvantes. Muitíssimo mal apresentados ao público.
A amostra perfeita desse erro é a apresentação da personagem de Catherine Zeta-Jone, Katja. Não sabemos se ela é algo ou não é, se gostamos dela ou não. Não sabemos nem se ela é sexy ou não, uma coisa que deveria ser expressa a cada andar da bela mulher. A má condução de Dean Parisot, o diretor, é o que acaba com o filme. Peguemos um grande ator como Anthony Hopkins, botemos ele atuando de forma engraçada, mas filmemos de forma séria. É claro que não funciona, e assim, estragamos uma atuação inteira e priorizamos outras bem piores, como a de Parker, que tem uma personagem grande demais para a história e em certos momentos enjoa. O humor, fraco, fica a cargo de Malkovich que se salva no filme, sendo o melhor personagem disparado! Isso ao lado de Helen Mirren e sua Victoria (que tem uma das melhores cenas de ação, que ainda assim é ruim). Acho que se retirassem Sarah da trama e focassem mais em um conflito menor, o filme seria muito melhor.
Alguns nesse ponto da crítica devem estar achando que eu estou falando demais de personagens e trama, e não da ação, que é o ponto alto do filme. Pois eu digo que não é o ponto alto. Nem de longe. São realmente os personagens que salvam o filme. Isso porquê a ação é pífia! Os únicos momentos de "inspiração" são na verdade uma cópia mal feita do primeiro RED. Mal feita mesmo. Como eu disse, a melhor cena de ação do filme é protagonizada por Helen Mirren, é numa perseguição. Os tiros em câmera lenta ficam perfeitos. A cena dura 10 segundos. Todos os momentos bons, que nos lembram o primeiro filme, ou que acrescentam algum elementos visual novo, são poucas e muito rápidas. Elas passam e você nem vê.
Mas apesar disso tudo, o quê mais chega a irritar é a trilha sonora. Ou a falta dela. Obviamente, não contei, mas arrisco dizer que são 3 músicas tocando em loop o filme inteiro. Isso dói os ouvidos e dá uma enorme sensação de monotonia. Como se os personagens também estivessem em loop.
No final, o filme não agrada nem aos fãs da HQ, nem aos fãs do primeiro filme - como eu. Dean Parisot desconstrói ambos os universos para dar a sua própria versão tímida, medrosa e mal conduzida. É como um iniciante, fazendo um trabalho apressado para a faculdade de cinema. Um trabalho de milhões de dólares.

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...